Amar Como Ontem

 

Jogo o amor no ventilador

Agora o ar espalha todo esse amor,

Amor que passa a todo a vapor.

O Amor de hoje é o amor de ontem?

 

Será o amor Inglês o mesmo que o amor Francês?

O nosso amor Camoniano, Shakespeariano?

Quem sabe Maxista, Gregoriano, Maquiavelista.

Que pensa os corações hoje sobre o amor,

Tem-se o mesmo amor dos corações cervantes?

 

Quando falo de amor, Falo do coração processado pelo nefasto medo

Do amor industrializado.

Quando falar do amor degenerado?

Quando expressar o deformado?

 

Quando falar do amor renúncia,

O amor sem pausas, sem réplicas.

Amor que se guarda nas janelas da alma?

São amores de hoje ou de ontem?

Era menos o amor a amada

Almas gêmeas hoje encontradas?

 

O corpo em desejo se camuflou no ontem

Ou é hoje uma constante metamorfose?

O amor é o mesmo ontem e hoje?

Quando o de ontem se propagou no olhar.

O de hoje se propagou no toque.

 

É o mesmo corpo da vergonha.

Ou é desvergonhoso o amor?

Quando fico amo o outro Ou inflamo-o

Num engano doloroso.

 

Mas, menos verdadeiros são os que do amor

Inumeráveis vezes se ama pouco.

Em diferentes espaços, sem respeito. 

Entre o hoje e ontem o amor acontece

Sóbrio, elegante como debochado

e desmemoriado, perde-se no cotidiano. 

 

Nesse sopro que do amor expande

Sopra faíscas do encanto e do abandono.

Digam-me ,viver o amor é desencontro,

 

Falem-me o amor é divorciado, traido, é ficar,

Será esse o mesmo amor platônico

Ou de Breacht, Vínicius um ofício santo

O ato perfeito de amar?

 

O amor deve sobreviver a inutilidade do outro. Como diz o padre Fábio de Melo:

Você não tem mais utilidade pra mim

Mas eu te amo. 

 

 

 

No YouTube tem o vídeo de Padre Fábio de Melo

Sobre a Inutilidade. É muito lindo. Vale a pena assistir