Mar que sou

A cada onda de dor que me invade o corpo (mar), e o penetra intensamente, percorrendo cada milímetro profundamente, eu perco a vontade de fazer seja o que for, mesmo o que mais gosto de fazer... Sinto-me em baixo, sem forças, nauseada... Por um momento, ou minutos, ou horas fico consumida com a mesma, não sentindo mais nada, nem mesmo o amor por mim mesma... Fico ali, a controlar, o ir e o voltar, a sua intensidade e profundidade... Sinto a dor e comparo-a com uma onda, umas vezes maior, outras menor dependendo da maré, batendo sobre o mar , que sou eu, deixando a marca do seu tamanho e profundidade... A cada dia, ela invade-me, mas a cada caída, levanto-me sempre, porque penso para mim, que se a sinto é porque estou viva, e se estou viva, é porque tenho tido a coragem para lidar com ela e força para a aguentar... Com a dor, tenho encontrado em mim emoções que não sabia existirem e forças que nem conhecia...Dor da Fibromialgia!

Dor, é um aprendizado, e a minha vida, tem sido e ainda é uma constante resistência... Tomara que eu não perca nunca a coragem, a força e muito menos a minha fé enquanto a "viagem" final não chega.

Maria Irene
Enviado por Maria Irene em 05/03/2022
Reeditado em 05/03/2022
Código do texto: T7466040
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