Na pele e na alma
Imerso nos sulcos de teus olhos sonolentos,
desbravo a manhã insólita que afaga lentamente as cortinas do quarto.
Em segundos de espaço,
invado a fibra dos teus cabelos perfumados pelo ardor da noite passada.
Nos teus braços mais que carnais,
fantasio nossa caminhada, nossas mãos dadas, nosso amor, que é de mais ninguém.
A toda hora do meu dia, estou lá e aqui, pensando mais em você do que em mim.
Preso na eternidade de vagar nas tuas ruas, de brincar no teu quintal, de escalar tuas árvores e de morder os teus frutos.
Suponho plagas inteiras marcadas em teu corpo, por onde refrato a luz do sol e ascendo ao topo de tuas colinas.
São caprichos da pele e da alma,
do incêndio que queima e acalma,
o doce e sutil amálgama
na chama da eternidade.