Na pele e na alma

Imerso nos sulcos de teus olhos sonolentos,

desbravo a manhã insólita que afaga lentamente as cortinas do quarto.

Em segundos de espaço,

invado a fibra dos teus cabelos perfumados pelo ardor da noite passada.

Nos teus braços mais que carnais,

fantasio nossa caminhada, nossas mãos dadas, nosso amor, que é de mais ninguém.

A toda hora do meu dia, estou lá e aqui, pensando mais em você do que em mim.

Preso na eternidade de vagar nas tuas ruas, de brincar no teu quintal, de escalar tuas árvores e de morder os teus frutos.

Suponho plagas inteiras marcadas em teu corpo, por onde refrato a luz do sol e ascendo ao topo de tuas colinas.

São caprichos da pele e da alma,

do incêndio que queima e acalma,

o doce e sutil amálgama

na chama da eternidade.

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 17/03/2022
Reeditado em 24/03/2022
Código do texto: T7474755
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