Vulcão dos Desejos

 

Pés, pedra, prelúdio, pedregulho, prado pranto.

Drago a meta, trago a intenção, trago o cigarro.

Passo em estepe esse temperado lado raro.

Os espasmos da neblina a completar os fatos.

 

Há um vulcão em erupção que está lá no alto

A derramar o fogo pelas ventas bravamente.

Os espaços do céu da boca devoram o ar seco

A fazer engasgar a palavra indigesta e quente.

 

A palavra que massifica, resgata o tépido desejo

Do cantinho isolado do fundo de quintal relampejo,

Nas manhãs descoloridas, onde a cor do céu

Faz toda diferença, antes da noite descer o véu.