Convicção

Ainda te esperarei,  ainda que o céu não brilhe estrelas, ainda que o sol não nos aqueça, ainda que as flores murchem e a vida se retire de tudo...

Ainda assim te esperarei, fitarei meus olhos no horizonte à espera de seu regresso aos meus versos, ao meu mundo ainda que estéril.

Sem ti, tudo que emanava vida se secou,

... sem teu olhar por sobre o meu,

o brilho de tudo se tornou opaco,

só restaram folhas secas ao chão.

Tento andar da contramão de todo esse amontoado de sentimentos,

que sugam-me a vida, e faça com que eu apenas seja mais um olhar triste na multidão.

Tantos amores que deixam de ser, tantos sentimentos que nascem e acabam agonizando sem sequer existir...tantos amores que morrem, logo após seu nascimento, 

... perdendo o brilho mágico do olhar, 

por medo de se entregar, por medo de confessar,  de se rasgar, se declarar, e lutar contra todos os porquês e percalços que nos impedem viver o amar...

Embora tudo a minha volta perdeu-se o encanto, ainda que meu prantos se faça presente,  busco no meu íntimo sangrento,  o resquício de vida que ainda pulsa, para de pé permanecer.

Mesmo cambaleante, ainda te esperarei...

mesmo que os planetas desalinhem de sua órbita,

... ainda que as marés se enfureçam,

ainda que o caos se instale, e que não reste pedra sobre pedra nessa terra, o amor no meu peito te esperará, como última morada,

Enquanto a vida pulsar em minhas veias, enquanto eu respirar...até o fim da vida em mim, minha alma te esperará

... ainda eu caminhe entre escombros de dor, ainda que meus versos percam todo sentido, ainda que não sobre nada mais que o grito contido que te grita pela noites sombrias, frias, vazias...ainda assim te esperarei,

... enquanto houver fôlego de vida que no peito habita, te esperarei...

Como um ninho vazio, ainda quente, carente pela partida, ainda esperarei pelo seu regresso ao meu regaço, que sempre será seu, esperarei seu querer, se aninhar ao meu deserto, e encher de vida tudo aquilo que foi devastado.