Diário de um viajante. Rolê número 2222

Respira,

Inspira,

Concentra,

Três, Dois Um…

O corpo ao qual a consciência se identifica não é mais o físico

Em plano astral, translúcido, imaterial, a navegar

Agora é possível transpassar paredes,

Paredes que internamente são ferroo, concretos, tijolos

Do outro lado, o sol reflete luz, luz, tudo é luz

Não há cheiros, não há toque, não há paladar

Há apenas luz e alguns sons, ruídos, vozes, tudo é energia…

Humanos transitam, alguns encarnados, outros não

Ciclos mentais aprisionam tanto encarnados quanto desencarnados

O corpo astral é sutil, passantes emanam o que vibram ao transitar

O mental é como pequenos redemoinhos, vibrando em várias frequências

A visão é turva, se mover não é fácil, interagir é complexo

Meu silêncio é descrição, é segurança, neste instante sou apenas o observador.

Uma luz verde, sobre um semblante feminino me aguça curiosidade, a sigo.

Ela tem olhos claros, pensamentos luminosos, sorriso vibrante, cheiro de jasmim,

Pensamentos de alegria, felicidade, uma alma velha não desperta com espírito sorridente de criança

Modéstia, simplicidade, Inocência…

Noutro canto, um cidadão onde as lágrimas são visíveis, manchando o chão por onde pinga, como nódoa.

Vibrando na dor da perda, arrependimento do que não foi dito quando era tempo.

Num looping mental vil, que consome sua vitalidade como um grande buraco negro.

Medo, angústia, arrependimento…

Daí, quando menos se espera, essas duas almas se chocam, os cadernos da jovem estudante são arremessados aos 4 ventos.

O homem de meia idade é arrancado abruptamente do seu buraco negro

A Jovem, com seus olhos verdes, acompanham em câmera lenta seus pertences se espalharem pelo chão

O homem que se desculpa, se abaixando e catando tudo rapidamente, já se culpando e murmurando; “como imbecil e desastrado eu sou…”

Ao levantar, cadernos e canetas na mão, entrega a jovem que ainda, lindamente, sorri…

Não foi nada, se acalme meu amigo, acontece, a vida é assim, sorria, estamos bem.

Naquele instante, testemunhei uma fagulha verde florescer se acender no peito daquele homem.

Onde, por estar sem palavras para responder, continua seu caminho com um sorriso pensativo no rosto.

Mesmo sem saber, ela doou uma pequena fagulha de esperança, de perdão.

Ele se recordou do sorriso lindo de sua amada, dos momentos belos que tiveram.

De como ela o faria sorrir se o visse triste, dos dias de sol que sobrepunha os nublados.

Ele ergueu o corpo, recordou para onde ia, aliviou o passo e caminhou a sorrir, presente.

A jovem, entristeceu por não ouvir respostas: Porque ele não falou mais nada?

A dúvida: será que falei o que não deveria? Poxa, fui tão educada…

Cada um está vivendo algo né? Ele parecia sofrer mas, agora parece até andar melhor.

A, minha caneta verde ficou no chão, adoro essa caneta verde… Sua linda!!!

Quer dizer;

A luz da jovem o iluminou de um penhasco que ele nem tinha consciência que cairia.

Será isso o tal do karma futuro? Quem coordena tudo isso? Onde estão esses tais agentes do destino?

Eu, como observador, me questiono, trazendo comigo estes e vários outros questionamentos.

E a pequena mancha negra que agora vejo dentro da jovem? Como um visgo, não fará mal a ela?

Daí uma voz responde: Apenas se ela o alimentar.

Neste instante não sou mais observador, o questionamento me denunciára

Os passantes agora olham em minha direção, tanto os encarnados quanto os não...

Concentro, Um… Dois… Tres…

Volto a matéria. Respiro, inspiro, reconheço o meu corpo…

Volto para a "realidade"

Em fim, volto com muito para analisar e aprender.

Espero que vocês também!!!

Rodapé; Precisamos nos monitorar sobre nossos pensamentos, sobre as energias que emanamos, observar com quem estamos, o que estamos absorvendo, o que estamos levando, o que estamos alimentando… Tudo é energia, o que é nosso e o que é do outro?

Jr Amaral
Enviado por Jr Amaral em 07/04/2022
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