A Condenação do Poeta
O poeta incomoda o coração
Muitos o amam mas poucos têm paciência para com ele.
Um dia, num espaciotemporal muito distante
Na acrópole de Vênus um juiz proferiu uma sentença:
Poeta você está condenado pelos crimes do coração.
Pena: Liberdade Perpétua e observar os seguintes comandos:
- Deverá ter um desejo imenso de amar
- Buscar o conhecimento profundo de todas as coisas para chegar a felicidade
- Sentir a insuportável compaixão pelo sofrimento e a tristeza da humanidade.
O promotor recorreu da sentença alegando que o poeta faz isso desde que nasceu.
O tribunal de Themis proferiu o acórdão:
O Relator: Mantenho a pena de liberdade perpétua.
1º Vogal: De acordo com o relator, mas a pena deve ultrapassar a pessoa do poeta
2º Vogal: De acordo com o relator, mas o poeta deverá sofrer até seu último suspiro.
O poeta recebeu o comando judicial e ficou proibido de se manifestar.
Escreveu no acórdão, e para não se comprometer ainda mais com suas inspirações, citou frases soltas de Zé Ramalho:
“Quanto tempo um coração leva para saber que o sinônimo de amar é sofrer”
“O amor é feito de paixões e quando perde a razão não sabe quem vai machucar”
“Sinônimo de amor é amar”
“Conhecimento? Ninguém sabe onde a felicidade está.”
“Como é triste uma tristeza mendigando um sorriso. Como um cego procurando a luz no paraíso.”