A Condenação do Poeta

O poeta incomoda o coração

Muitos o amam mas poucos têm paciência para com ele.

Um dia, num espaciotemporal muito distante

Na acrópole de Vênus um juiz proferiu uma sentença:

Poeta você está condenado pelos crimes do coração.

Pena: Liberdade Perpétua e observar os seguintes comandos:

- Deverá ter um desejo imenso de amar

- Buscar o conhecimento profundo de todas as coisas para chegar a felicidade

- Sentir a insuportável compaixão pelo sofrimento e a tristeza da humanidade.

O promotor recorreu da sentença alegando que o poeta faz isso desde que nasceu.

O tribunal de Themis proferiu o acórdão:

O Relator: Mantenho a pena de liberdade perpétua.

1º Vogal: De acordo com o relator, mas a pena deve ultrapassar a pessoa do poeta

2º Vogal: De acordo com o relator, mas o poeta deverá sofrer até seu último suspiro.

O poeta recebeu o comando judicial e ficou proibido de se manifestar.

Escreveu no acórdão, e para não se comprometer ainda mais com suas inspirações, citou frases soltas de Zé Ramalho:

“Quanto tempo um coração leva para saber que o sinônimo de amar é sofrer”

“O amor é feito de paixões e quando perde a razão não sabe quem vai machucar”

“Sinônimo de amor é amar”

“Conhecimento? Ninguém sabe onde a felicidade está.”

“Como é triste uma tristeza mendigando um sorriso. Como um cego procurando a luz no paraíso.”

Marco Antônio Pinto
Enviado por Marco Antônio Pinto em 21/04/2022
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