Me dei conta!

Não é que me dei conta, que nos arrebaldes da mente,

numa redoma de sentimentos sentidos,

me permaneci, ausente da temporalidade.

Eu era sujeito e objeto integrado, que tinha por objetivo as subjetividades.

Recanto iluminado, excitante e inexplorado,

em que me imergi em êxtase e ataraxia.

Cenário de infinitudes e eternidades - manto inconsútil - vazio!

Não era desvario ou alucinação.

Estado que depois vim saber era de turiya ou caturtha.

Latíbulo deferente de onde emergi fleumático e feliz.

Não sei se me dei conta, que nos arrebaldes da vida,

num bioma de trocas e interdependência,

a inteligência é um hólon da exteligência.

Eu era objeto senciente capaz de subjetividades.

Pulsão imanente com muito a apreender e introjetar.

Realidade em que sou um meme na arquitetura da eternidade.

Coexistir é se esculpir com matéria viva - cega - no devenir.

Sabedor que meu corpo e minha mente são sinéquicos

e que meus genes devem perpetuar

no fim de meu ciclo, minha mente e meu corpo

vão para o túmulo, ficando meu legado,

assim espero, para a vida, pois

por ressonância mórfica, a exteligência

preserva para todos e tudo, o que

contribui para a mente de Deus.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 15/05/2022
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