No Balançar das Redes

No vai e vem do balanço da rede

O destino balança também a rotina.

Sou brasileira e as ondas do mar

Cochicham aos meus ouvidos

Terra à vista, formosa, de origem esquecida.

De Antas por certo no mapa encontramos,

Se cruzarmos os mares contigo estaremos.

Portugal de navegadores bravios, descobridores

Do Brasil indígena de muitas cores e amores.

O fado me chama, os castelos, a mouraria,

Os filhos do meu ventre partiram em retirada.

Com a rede me chamam pra cantar nas madrugadas,

A tomar vinho do Porto e comer bacalhoada.