você sempre me pediu para ser a musa que nunca soube ser.
me escreveu em poesias quando tudo que conheci eram as linhas que fiz só, me consumiu com seu fogo quando tudo que já havia visto eram as chuvas. me olhou e se demorou mesmo sabendo que não íamos durar. e não duramos. você sempre teve esse olhar fatal, essa boca desenhada e mãos firmes, sempre foi mais marcante que eu jamais poderia ser. estar ao ser lado era ser lembrada da mulher que queria ser, que tentei ser, e não fui. ser envolvida pelos seus braços era me encontrar com grande falta que carreguei dentro de mim.
te desejei mil vezes, mas desejei ser você outras mil vezes mais,
porque nosso amor sempre me foi ambivalente.
te amei pelos mesmos motivos que odiei.
é por isso que não consegui continuar te entregando meus erros, meus medos.
meu grande medo era não ser suficiente para você tanto quanto não era pra mim