SAUDADE
No arrebol do amanhecer
Sinto a procela chegar
Passando pela janela
Pra me ver agonizar
Sentir saudade pra quê
Se aqui não posso voltar
Embora morra saudoso
Mas eu fiz tudo que quis
Não esqueço do açude
E do engenho que eu fiz
Não sei como é o outro lado
Mas aqui eu fui feliz
Não me arrependo de tudo
Somente do que não fiz
Não sei como é o outro lado
Mas aqui eu fui feliz
Espiando da janela
Meu açude e os buritis
Longas tardes se passaram
No arrebol do meu sertão
Espiando da janela
A cancela e o mourão
Minha cela e meu cavalo
Meu gado e meu gibão
Assim, se foram tardes
E, noites de solidão
Olhando perdidamente
O luar do meu sertão
Não sei como é o outro lado
Mas à Deus peço perdão