Mortais humanos

E quando dei por mim, escalava a íngreme ladeira da vida.

A brisa das horas batia em meu rosto e acariciava meu cansaço.

 

Ah! Tempo, tempo...

 

Por que quanto mais me apresso, mais você se distancia?

São milhões de relógios loucos “tictaqueando” os meus passos, seguindo-me nessa jornada vazia e inexplicável.

O ontem hoje já é passado e corro em busca do amanhã, que não sei o que me reservará. Mas haverá sol e talvez à noite se veja o luar.

Os anos passaram como ventania e enrugaram minha face. Deixaram gravados em meus olhos perdidos a história que me foi emprestada e que interpreto a cada sopro.

Em meio à multidão de iguais, sinto-me diferente, assim como cada um.

 

Rio-me da soberba, da riqueza dos materiais, do ego maltrapilho.

Mal consigo balbuciar meu grito de liberdade. Pra que? Ninguém o ouvirá.

Será olvidado sob essa montanha de folhas manuscritas, onde se eternizará a saga dos mortais humanos...