Mãe das matas

Das terras amazônicas a fé que se manisfesta,

Uma amazonense com um curumim no colo, um Jesus não europeu,

De pé em cima de folha de vitoria-regia,

A força e a beleza sobre as águas,

As orquídeas brancas que povoam as árvores

Agora enfeitam a bela senhora.

 

Nenhuma heresia, pois outrora

A mesma mulher se vestiu como européia,

Retirada das terras onde o sol castiga,

Para se vestir de azul celeste.

 

Da Amazônia o manto em terracota,

E o azul está mais para a cor das águas

Que do firmamento olhado da renascença.

Se Maria tem veste negra como a de Aparecida,

Por que não ter os traços do povo amazônico?

 

Então as preces elevadas aos céus

Evaporam de cada árvore,

Brotam de cada rio,

Para que o cuidado prevaleça sobre a morte,

As queimadas sejam substituídas pelo incenso,

Apenas a fumaças do turíbulo

E o coração arrependido.

A mãe das matas já acolheu Bruno e Dom,

E hoje nos pede conversão.

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 03/07/2022
Reeditado em 03/07/2022
Código do texto: T7551369
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