Cantinho da Roça

O roceiro chispava a ponta do facão no chão.

Cospia neste o mato mastigado de hortelão.

Já fazia meia horinha que a cabra tirou leite.

Os umbuzeiros esverdeavam a paisagem da ferrugem barrenta.

O menino contava os níquel para fazer aposta

e tentar levar as tampa de garrafa mais bonita.

Vida boa era de roça.

A leiteira abastecida cedinho.

As broas com manteiga acordavam

quem tivesse dormindo.

O cão Farinha corria parecendo um doido.

Caçador nato.

Não ficava nem calango, nem calunga por perto.

O jambo, jabuticaba, o jamelão

Caju doce e castanha.

Tudin tirado do pé.

Eita roça boa !

Mal a chuva fina de verão arreiava no chão.

As poças sobe, sapo coaxa,

Grilo sibila.

A terra batida logo se avermelha.

O curso d’água segue enchendo a cisterna.

A imagem de Nossa Senhora esta lá na Capelinha.

Se o vizin pede café você estende dois dedo de prosinha.

E a vida vai seguindo o curso do rio.

Vinicius Santana
Enviado por Vinicius Santana em 03/07/2022
Código do texto: T7551775
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