⚝...Nostálgica Conjuração...⚝

Daquela casucha de carvalho, notava a fria paisagem desenhada pela rústica janela. As fagáceas ornamentavam o local, enquanto que a bruma severa e pálida encobria em relento o solo úbere.

Podia ouvir os grasnados dos corvos plumosos, que desciam faceiros com seus rasantes impetuosos. O olor da madeira queimando nas labaredas da lareira, me aturdia em colossal nostalgia, e me fazia lembrar das vidas pretéritas pelas quais vivi.

O firmamento cinéreo, adornado com o ambiente melancólico e misturado a uma candidez notória, fazia me sentir um ser único com a natureza viva e nalgumas vezes, morta.

No crepúsculo, a penumbra pairava e a presença dos lupinos presenteava meu ser com seus uivos sibilantes os quais ecoavam floresta adentro.

Das labaredas, notava a presença cálida das salamandras bailando entre os chapiscos os quais respingavam no chão de madeira, encarando-me astutas. Lá fora, os duendes zelavam pela natureza e faziam um elo de proteção ao redor da casucha. Nos arredores, os silfos sobrevoavam o local e visitavam a fumaça olorosa do incenso de benjoim, o qual queimava sobre o incensário de madeira. Ao longo dos fiordes gélidos, as ondinas mergulhavam garbosas e energizavam toda a água que eu sorvia, alimentando de energia cândida. Os elementais formavam então um pentagrama etéreo de fogo, luzindo ao alto para que nada de negativo adentrasse ao meu reinol.

Conjurados e por ali alinhados, a névoa sombria cobria o espaço sidéreo, e foi naquela noite fria que o cosmos me brindou com a visita soturna mas acolhedora, de minha real civilização.

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Tiago Tzepesch
Enviado por Tiago Tzepesch em 05/07/2022
Reeditado em 05/07/2022
Código do texto: T7552859
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