Insignificância das palavras

Nem sempre as palavras sairão da minha boca, algumas vezes darei as mãos ao silêncio, e me deixarei levar...

Nem sempre te direi o que queres ouvir, vou incomodar, vou confundir seus pensamentos, isso poderá fazer nascer em ti errôneos julgamentos.

Nem sempre falarei em todo tempo o que sinto no meu íntimo, porque as vezes um caos se instala em mim, que nem eu mesma saberei como agir, e eu me calarei, deixarei meu silêncio gritar, falarei a ti através do meu olhar...

E quando não puderes me olhar, quando meus olhos estiverem ocultos a tua visão, apenas sinta o que está gravado, e muitas vezes escondido na minha solidão... olhe as entrelinhas da minha poesia.

Às vezes e quase sempre sou reticências, sentimentos intensos me causam medo, não de senti-lo, sou intensa em toda minha essência...mas tenho medo desses sentimentos que vagueiam por um tempo, e de repente como uma forte tempestade derruba tudo que vê pela frente, que abala estruturas, tiram do prumo qualquer alicerce, e nessas tempestades eu permaneço à espreita, até mesmo, por vezes alheia, pois tenho medo de me machucar.

Então, quando as palavras se ausentarem de mim, quando o silêncio invadir, não me julgue achando que é falta de sentir, porque eu sinto muito, sempre senti, eu apenas deixo a sabedoria do silêncio, em certos momentos falar por mim.

Porque na verdade quando sentimos,

...nem sempre palavras são suficientes para expressar a intensidade de sentimentos que quase faz o coração parar, apenas olhe em meus olhos que revelam segredos, que nenhuma palavra coerente conseguiria expressar...

Ou apenas sinta na profundidade dos meus versos, o que diante de ti, palavras faladas não tem nexo.

Apenas sinta-me nos meus versos,

...porque o que sinto é tão profundo, que fere, machuca, divide ao meio, e meras palavras a essa altura, não explicaria do mesmo jeito.

Saí da mornidão do mundo, para viver a queimar numa constante fogueira que crepita, dilacera, me consome de tal maneira, que quase sempre a alma geme, e a boca em agonia prefere calar.