Travessia das Almas

 

A ponte que somos,

A chuva que bebemos,

As linhas que escrevemos

Repousam nas horas.

 

Os passos dormidos,

Os dedos tombados,

Acordam as palavras

Presas a garganta.

 

O canto dos cânticos 

Dos risos das rosas,

No perfume das pétalas,

Soltas ao vento, faz coros.

 

Faz o amanhecer das almas

No riacho das palmas

 Despertar sentimentos,

Antes esquecidos nos talos.