Uma emoção

Arranque-me do peito uma emoção.

Qualquer uma, pode ser das mais miseráveis.

Aquelas que captam o momento

em que percebemos o olhar distante

daqueles que deviam nos vigiar de perto.

Aquelas em que sorrimos, avulsos,

com os lábios tremendo,

sem ninguém perceber.

Uma emoção cinza, como a manhã.

Daquelas que enrolam a esperança

em um manto perfumado

por lavanda e agonia.

Arranque-me do peito uma emoção.

Faça-me chorar. Faça sair o que me acossa.

A verdade é que alimentei delírios

sem perceber que, no fim,

eu que estava faminto por afeto.

Eduardo Becher
Enviado por Eduardo Becher em 15/08/2022
Reeditado em 15/08/2022
Código do texto: T7583200
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