Dor

Dor...

Minhas entranhas sentiram o gélido pulsar do medo.

Por vezes, congelando meus sentidos me vi sozinha.

Flutuando numa órbita sem nexo.

Sem interação entre mim e outros.

A solidão adentrava em mim, como uma nuvem densa no céu,

embotada de negrume.

A dor consumia minha existência e apequenava minha alma.

Lágrimas jogaram na face trêmula de incredulidade.

Eu no ceticismo da vida, agora, crendo na morte.

Eu via a vida fluir, agora, testemunhava a vida esvair.

E a dilacerante perda se fazia audaz.

Tornava meu corpo inerte, envelopado na tristeza.

Meu peito de dor se enchia, rejeitando razões inconcebíveis.

Os olhos pesados transbordavam na ausência querida.

Imensuravelmente meu eu pedia socorro,

dentro de mim, buscava alento

para que no fim mutável,

pudesse enxergar que a dor

em metamorfose, se mudava para a saudade etérea.

Elza Sales

Pirritinha
Enviado por Pirritinha em 25/08/2022
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