Sexto Medo no Oitavo Pecado

 

Planeta concreto, concreta falha,

Escultura parda, tela concisa, calha

De cores precisas, de luzes mortas.

Fagulhas, estrada, chamas nas matas.

 

Olhos, espaço que se ausentam do chão,

Manchas, cores (so)lar dentro do refrão.

Passam tremores no ranger dos dentes,

Noites claras, dias escuros, (se)mentes.

 

No palco há um pisca-pisca...pisca.

Tira a atenção do monólogo, risca

Tira o artista do palco plano(alto)

As mãos postas se elevam ao alto.

 

Lá existem homens de carne e osso.

Palavras abrem fortes esgrimas, poço,

Gestos, iniciativas, forças oprimidas,

Nevadas de lágrimas; quebradas vidas.

 

No passo, passado de um novo instante

A alinhavar o oitavo pecado pendente.

Sons ganham cores, águia ampliam os olhos.

Cores ganham sons, correm pelos  sopranos.

 

Tons do arco-íris muda projeções, sendo

Raízes ávidas, unhas cravadas a ferir o mundo.

Lembranças cristalinas, salinas, sal

Mundo mágico do faz de conta, caos.

 

Mágico mundo, ilumina a estrada do saber,

Peças no fundo do baú prescreveu a solver.

Últimas cartas teremos na mão a rever.

Pasárgada de Manuel Bandeira a colher,

Está no norte da minha palma rasa.

 

No sul da alma beijos de duas tropas,

Duro passado põem as folhas na cinzas.

Então, bebo o rio pra umedecer a sina.

Quadrados, matas, sobras, talhos sana.

 

Vidas prados, animais e extinção, castros.

Belos animais urbanos, fulanos, cicranos.

Fora da jaula, dentro a jogar pó de mico.

A vida é uma colcha de crôche sem bico.

 

Um bordado, um bilro, um sinal de paraíso,

Uma montanha russa, pano de fundo, ciso

Uma roleta sem os dados, cassinos belos.

Desejos enquadrados nos fios dos cabelos,

Danças rústicas em cenário arquitetônico,

 

Máscaras com óculos, corujas, corvos.

Sinais de estados, status, sítios, estalos

Na construção civil dos povos bárbaros,

Muitos homens com as mãos no mundo,

Mas o bolo, infelizmente, saiu solado.