Poeticas
Tudo é poesia. O ser poeta sabe-se nascer, estar, passar e morrer só dentro das profundezas do seu ser, muito longe da superficialidade dos seres que rondam suas cascas, ávidos por sugar a fonte das suas rimas.
Só. Só é o caminho sozinho. Até o fim, luzes e sombras vazam pelos poros: suor etéreo de um trabalho árduo que transborda de si mesmo o seu próprio vazio. Flor que não encontra na matéria o gozo das palavras, dor que atravessa o corpo num canto rasgado, desbotado, a transformar a essência de si mesmo em cores mais vivas do que a própria vida.
Marcham os poetas por essa vida. Vão pelos caminhos os poetas, tristes, tristes, encenando alegrias... Desiludidos até da própria poesia, o corpo torna-se cativeiro de toda a beleza escrita.
E um sonho sempre à espera, longe, longe, acenando a despedida até a hora da partida.
Quimeras.
A tal rosa, Ella.
(Pseudônimo)