Pelourinho

Há quem nos venda pra sinhô

Há quem nos entregue pra feitô

Há quem nos dê pra dotô

Há quem pense que temos valor…

Há quem nos bata noite e dia

Há quem queira nos prendê

Há quem não saiba respeitá a vida q nosso Deus dá

Quem cuspa no prato que comeu…

Quem suje a água que bebe e sempre beberá.

Quem chute aquele que sofre e que faz chorar noite e dia…

Quem plante ressentimento que rega com solidão e agonia.

E dele nasce o fruto sem perdão da mágoa que desemboca nos confins das almas em busca de um cruzeiro seu pra repousar…

Lá nele encontra a calma

A calma da liberdade, ao redor dos que sem nenhuma razão…

Perguntam: e agora então quem é sinhô do seu coração?

Uns esquecem que como eu…

vem tudo do barro, da poeira das luzes no céu desse meu Deus…

Quando adoece pedem misericórdia!

Quando morre a formiga come a carne…E não há amor no mundo que conforte mais do que estar só… entre a poeira das estrelas do céu, me vem o pensamento da mãe da mãe que era mãe de todos e dizia:

“Não há mal que dure para sempre, viva e deixe viver.”

Clóvis Correia de Albuquerque Neto
Enviado por Clóvis Correia de Albuquerque Neto em 16/09/2022
Código do texto: T7606923
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.