Passeando no vazio em plenas nuvens

Não sabendo ao certo do que fiz nem faço

Pisando, várias vezes, em passo em falso

Meu paço, por definição, é o meu mundo

Por mais que em alguns momentos, me sinta preso

E o sabor dessa liberdade, que tanto prezo

Amarga, engulo a seco, digiro à força

Mas pago o valor que seja ao que não tem preço

Mesmo que sinta, que me impressione, quase vendido

Sem opção nem explicação, olhos vendados

Perdido em uma gaiola, quase enjaulado

 Amparado pelo aspecto simples e o meu semblante

Que traduz meu intrínseco fulgor, quase verdejante

Enojado com o panorama, iminente e ventilado

Feito uma ave de rapina, que do abismo se apronta

Observando com anseio a sua presa a lhe esperar

Inerte, incrédula, inocente, indiferente e devagar

Como se o amanhã fosse certo e garantido

Ignorando a certeza improrrogável do perigo

Admirando a morte e sua beleza radiante

Evolui peremptoriamente em um simples rasante

Rummenigge Rossi
Enviado por Rummenigge Rossi em 16/09/2022
Reeditado em 16/09/2022
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