Lágrimas de chuva

Essa chuva que pranteia pelas ruas

Transforma avenidas em rios e

Ladeiras em cascatas, mananciais

Alimenta as matas, sacia a sede dos animais

Ávidos como eu de um frescor que invada a alma,

Acalme o coração que chora um amor que se perdeu,

Relampejou, trovejou, choveu, e um medo me acometeu

Como a criança que acorda assustada, pois teve um sonho ruim,

Quero acordar desse estado que me faz triste assim.

Por onde andará aquela praia, aquela água mansa e morna

Aquele céu azul turquesa onde o sol ardente raia,

Quando será que o sentimento secular virá novamente me visitar?

Se calhar, vou aproveitar com vagar a chama desse outro olhar

Onde verei refletida a luz do róseo amanhecer ainda nublado,

Mas ao menos essa chuva tormentosa haverá passado.