Teimosia dos Versos

Meus versos têm sido minha embriaguez,

Se estou feliz, os faço, e se estou triste também,

Não sou o tipo de pessoa que só produz

Quando lhe convém.

As palavras saem do peito e alvejam a tela,

Parecem ter vida própria, só delas.

Os verbos não me pertencem, sou apenas

sua guardiã.

Há dias em que estão serenos e mansos,

Já em outros sinto que são indomáveis.

Nunca sei se será hoje ou amanhã.

Sensação curiosa essa do verso e da prosa,

São independentes, e minha interseção

É apenas incidental.

Penso em domá-los, mas são eles que me domam,

Me tomam de uma vez, esses versos folgados

Minha liberdade é apenas aparente e informal.

Sou uma artesã da poesia,

Não que eu escreva com maestria,

Mas minhas mãos estão a seu serviço,

E eu sonsamente, permito.