Roletas-russas na escuridão

Vêm zumbidos soarem na minha alma à noite, como se fossem ondas raivosas do mar.

Têm estrondos, nas horas altas da madrugada, ensurdecendo meus sentidos nervosos, como se houvessem meteoritos no ar.

Têm roletas-russas na escuridão, com seus estampidos no meu subconsciente estourando a fim de me matar.

Têm marteladas nos sinos sombrios dos meus pensamentos primitivos rompendo de vez com a dor fina coclear.

Vêm vendavais quebrando meus vitrais, raios e trovões soturnos como a morte, a me espreitar.

Calma! o barulho noturno que me consome e que me toma por possessão, durante o dia, tende a se acalmar.

Sérgio Russolini
Enviado por Sérgio Russolini em 30/10/2022
Código do texto: T7638965
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