Divagações de domingo
Sobre ausências descobri-me rotina
Meu jugo cessou como lágrima na retina
Minha saudade é somente minha e só
Tenho trilhado o caminho até aqui.
Sobre controle aprendi que é ilusão
O rio dos acontecimentos precisa de vazão
O desenrolar dos fatos vão além do meu querer
Do meu poder e agir, de mim e de você.
Sobre amor encontrei um caminho até lá
Que passa pela ausência de controlar
E chega em um ponto de resiliar-se no agora
De sorrir pelo possível abraçando-me em ternura
Olhar para as sementes no chão com fartura
Não pensando na morte dos finais, há começos
De sonhos, histórias, curas, prazer, aprendizado
Que nascem na evolução, no ato de se desnudar
Se acolher no excesso quando equilíbrio faltar
Permitir-se acolhimento no riso e no lamento
Aceitar como é, às vezes a solução é embaraço
E lágrimas, sentir tudo e até mesmo não sentir,
O que nos cabe sobre o que há de ser? Ou de vir?
Nada é nosso, embora tudo que sinto me pertença, me atice, me convide a ressignificar
Conceitos, histórias e o próprio sentido de amar.