Paralelo

Permita-me entrar nos teus sonhos

Ainda que num enredo secundário

Sem muita importância

Só quero beijar tuas entrelinhas

Seguir ao teu lado como um paralelo

Um traço que às vezes te sensibiliza

Quando risca o teu céu.

Deixa eu surgir como uma saudade que anoitece

Assim, de repente, numa poesia

Ou, num fragmento que dela ficou em tua lembrança.

Conceda-me imaginar uma manhã sem silêncio

Uma canção de pássaro trazendo vigor

Num canto suave na voz de tua boca.

Prometo te amar sem alarde para não te constranger

Silenciar os meus passos e seguir assim

Invisível ao teu lado

Sem deixar, contudo, de esperançar

Que te encontro em outro tempo

Num beijo anunciado para a próxima edição.