Ela vai, mas...

 

em seguida, volta. Sai sorrateiramente, sem que eu perceba, até que eu sinta sua ausência. Já estou acostumada com essas suas idas temporárias e rotineiras. Imagino que vai em busca de quem mais precisa dela no momento. Por isso, nem saio mais, desenfreadamente, a procurá-la. Fico, sim, à sua espera, pois aprendi que, depois da ida, ela volta e se aconchega, de mansinho, como se estivesse sorrindo, porém sem pedidos de desculpas. Às vezes fico a pensar como eu vivia antes dela aparecer na minha vida. De verdade, não me lembro. Só sei que ela me faz bem, mantém-me forte e segura. É ela que me ajuda a entender sobre ganhos e perdas, alegrias e tristezas, e até das dores d’alma. Quando ela foge, sinto falta e me ponho a perguntar: Como alguém pode viver sem ter como parceira essa tal de felicidade?

 

Iêda Chaves Freitas

05.10.2022