acídia

Oh  que acídia;
Vontade de me calar diante do turbilhão de inquietações interiores,
Regenerar-me;
Das frustrações;
das derrotas sofridas;
da faina diária;
do alarido das ruas, da horda cotidiana;
do parvo;
Ando açodado;
acutilado no tórax;
Mas ainda há alguma possibilidade,
tenho ainda um fio de esperança;
carrego ainda um sonho de criança;
De ser pleno, como pleno é o amor;
Bastar-me a mim mesmo;
Como a aranha que vive do que tece;
Desencardir as nódoas;
Que no peito se alojam,
purificar a alma;
deixá-la à vontade;
livre e liberta;
sem as interferências do ego;
pois como disse Pessoa:
“pensar é estar doente dos olhos"
Cansado de lutar por sonhos não realizados;
entrego-me a acídia;
a esperar na calmaria;
o que fazer na tempestade;
Labareda
Enviado por Labareda em 04/12/2007
Reeditado em 14/06/2014
Código do texto: T765068
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