Vitrine

Meu coração não é espaço público.

Minha alma está sempre entre apuros.

Eu luto, luto e a guerra não acaba.

Porque o pivôr está em mim.

Metade de mim é a liberdade em fúria.

em rumo, em norte.

A outra metade é água fluída e transparente.

Uma parte é pura e corrente.

A outra parte tem gosto, tem cheiro, tem cor, é gente.

Porém o que assusta

São os olhares que flexam-me.

Sem dor, sem pudor, sem piedade.

E pesam sobre mim o julgo de ser diferente.

Como se não fosse gente,

Como se não sentisse.

Não visse.

Não ouvisse..

Ou como se fosse apenas uma vitrine para lançar-me pedras.

Driely xavier
Enviado por Driely xavier em 04/12/2022
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