Coração solitário

As tormentas,

Vêm despertar os maiores monstros.

Adormecidos na profundezas da alma,

Não há escapatória.

Em doma-los nenhuma chance,

Nem mesmo de relance.

As tsunamis –

Jogando-me em uma escura cavernas,

Abraçada aos joelhos –

Encolhida,

A qual um dia já consegui me desvencilhar.

Fantasmas do passado –

Gatilhos –

Atormentando-me –

Traduzindo nos piores sonhos.

Na transitoriedade –

Da realidade.

O que se pensou ser,

Não existe mais.

Na somatória do cotidiano,

Tudo vira cinza.

Na fumaça condensada,

Vestígios de luz.

Ameniza a dor,

A resistência –

O clamor.

A solidão,

Que antes não existia.

Hoje se faz presente,

Na ausência,

De um momento para o outro.

Como uma viagem psicodélica,

Presa no infinito pesadelo.

O céu transmutando no inferno,

Quebrado está o elo.

No calor da deslealdade,

O desespero toma conta do espaço.

Derreteu o metal forjado,

Na desencadeada ilusão.

O que fazer com este vazio,

No calor sinto o frio.

Talvez seja a minha sina este ofício,

Caminhar solitária em tristeza.

Não me tornando pessoa grata,

Da felicidade.

Isso gira em torno da verdade,

Desprendendo-me da vaidade.

Sou somente mais uma,

A transitar por essa dimensão.

Não me pertence,

Não me diz nada,

Sinto-me diferente.

A estrangeira –

Extraterrestre –

Nenhuma palavra amiga,

Gerando inimigos.

Dos meus assuntos,

Somente a desenhar as letras.

Bem vindas companheiras,

Na solidez do descompasso.

Tristemente –

Pé ante pé –

Cada passo.

Do coração antes preenchido,

Agora vive solitário.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 09/12/2022
Reeditado em 14/12/2022
Código do texto: T7668169
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