Covardia

Conhece. Namora. Casa. Forma uma família. E, de repente, tudo se perde.

E de repente, os sonhos já não são os mesmos, os ideais se modificam... E o amor que era quente, que era forno, que era tudo, era mundo, agora é morno. E aí, tudo se perde.

Há quem pense que separação é fadar-se ao fracasso. Que "acabar com o casamento", é covardia. Mas venha cá...

Deixe que eu te diga algo: Separar-se é ato de coragem!

Não é qualquer um que joga no peito a responsabilidade de pôr um ponto, onde já coube tanta vírgula. De largar a zona de conforto, de deixar pra lá a conveniência, de, apesar de, às vezes, ter companhia para a noite do sábado, acordar sozinho no domingo e dar de cara com todas aquelas famílias felizes quando chega à padaria para o café.

E se, abrir mão, deixar de se importar com o que os outros vão dizer, ter coragem de se jogar no novo, for fracasso... Então é isso que sou. Uma fracassada! Que resolveu admitir que ali já não me cabia. E que se eu não puder ser eu, se não for pra abraçar minha autenticidade e minha vontade de colocar uma mochila nas costas e sair por aí beijando cada pedacinho de céu, eu prefiro não estar.

Que a covardia me enlace, as línguas me ataquem e as mãos me apedrejem. Mas eu duvido, do fundo da minha alma que, qualquer um de vocês - meros apontadores - teriam um terço da coragem que eu tive de assumir tal "covardia".