Existência calculada

Um pseudo silêncio

se faz no campo.

Até que o melro mateiro

vem o sol acordar...

Amanhecendo o dia,

num galho a cantar...

Cada estalo um novo tom.

Um novo canto.

Um novo adágio...

Outra melodia.

Outro som...

Outro presságio.

E os novos ventos varrem

as folhas da jaqueira...

Enquanto a rede no alpendre

balança ligeira...

Pra lá e pra cá...

E assim permanece

a manhã inteira.

É verão!

A tarde desce...

E a sombra na calçada

já não muda de lugar...

Então a vida anoitece...

E o manto negro,

feito as penas da graúna,

se espalha com a brisa...

Leve, livre e lento...

E ao coração cansado

traz alento...

Mas o tempo impiedoso

é frio e calculista.

Vaga sempre imperioso

e lhe rouba a madrugada...

Fim da a estação à vista!

Existência calculada...

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 26/12/2022
Código do texto: T7680334
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