Gente natalinamente mexida!...

E então foi Natal... Foi Natal? Mas o certo não seria o Natal continuar acontecendo espetacular e abençoadamente todos os dias, a cada nascimento de uma nova promessa de felicidade familiar, em forma de graciosos e verdadeiramente inocentes nenenzinhos? Apesar de que, caso isso acontecesse diariamente entre nós, mortais comuns, e tal maravilhoso fato, ao invés de nos fortalecer quase certamente nos enfraqueceria em termos de modernos, duros, egoístas e nem sempre honestos competidores vitais que realmente somos...

Alguém poderia perguntar: - Como o Natal enfraqueceria alguém? Simples, simples, simples, eu aqui lhes respondo que o Natal realmente nos enfraquece como esses duros, egoístas e intransigentes competidores que infelizmente realmente somos, nesta vida moderna que ora nem sei como ainda nos é dado viver debaixo do Sol.

Embora o que eu saiba, tristemente saiba mesmo, é que devemos adiar necessárias e importantes decisões pessoais para depois, bem depois ainda do Natal, e até mesmo das festas de Ano Novo...

Sei que você está roendo as unhas de curiosidade sobre esta última afirmação minha, mas aqui o entristecedor (ou seria alegre?...) fato natalino, reside no natural e quase assustador enfraquecimento de nossas habituais e nem sempre aceitáveis características "humanas" diante de praticamente todas e quaisquer decisões ou negociações.

Afinal, como poderíamos sobreviver, competir e ambiciosa ou gananciosamente progredir, sem os nossos modernamente endurecidos corações?

Sem querer enganar ninguém, a começar por mim mesmo, realmente entendo que caso fôssemos verdadeiramente "flechados" pelo "espírito do Natal", deveríamos então evitar quaisquer tomadas de delicadas e importantes decisões ou negociações durante esse período natalino, assim como também nas festividades de virada de Ano Novo... Nem tanto exatamente para dar tempo de voltarmos a endurecer nossos corações antes da retomada de interrompidas negociações , mas até mesmo para não ocorrer de logo virmos a ser facilmente vitimados pelos nossos sagazes competidores.

Confessemos que estamos quase todos bastante mexidos em nossas quase inexpugnáveis e por um fiozinho ainda não extintas fronteiras sentimentais, e assim deveras enfraquecidos para o exercício imediato das duras questões de competição e batalhas vorazes pela própria sobrevivência protagonizados pela bicuda humanidade destes últimos tempos...

Nem se passou uma só semana ainda de mais um "moderno" Memorial do Natal, mas quantos lembram sinceramente quem foi "esse tal" que, tão esquecido no próprio memorial, fez nossos moderníssimos coraçõezinhos de pedra ficarem humanamente mexidos, vindo a amolecer assim tão "perigosamente"?!?

E então foi Natal...

Armeniz Müller.

...Oarrazoadorpoético.