Frágil

Mergulho num abismo profundo, sou tomada pela escuridão que toma conta do meu ser, imersa nas sombras que a mágoa semeia flutuo novamente à deriva rumo a um porto desconhecido, um local escondido, adormecido.

Fogem-me as rédeas do meu destino

ilusão minha julgar ser eu dona,

deslizo por entre brisas de puro vermelho sangue que escorre no recinto caminho mais profundo da minha alma.

Sou refém quando reconheço que a felicidade é um mero acaso, tão frágil, poética a qual um raio bate na areia que se torna vidro bruto, mas de onde se cria a mais bela das peças do mais refinado cristal que se estremece e cai, se estilhaça em milhares de pontos de luz que jazem na saudade do que foi e

lembrando que tudo recomeça.

Serei refeita, e desfeita, estilhaçando mais uma vez o vislumbre desse cristal

Tão frágil, tão fugaz (a felicidade).