QUEM SABE UM DIA, ALEGRIA

Poderá um dia a nossa alegria tocar o infinito?

quem sabe um dia alegria

as vezes te vejo tão distante

ao longe como aquela onda lá ó...

que só quebra antes de chegar aqui na praia

as vezes tu te equilibra encima da crista

e eu tento te seguir... só que nunca te alcanço

Agora eu estou aqui, não estou?

não basta apenas uma prancha

para me alcançar

é preciso tornar-se golfinho

mergulhar em águas profundas e aí saltar

e regozijar-se com a vertigem de um giro súbito, e aí saltar mais alto

maravilhando-se com as peripécias

que se faz somente para si mesmo

e aí saltitar e pulular mais uma vez e outra

até que os observadores se cansem

de contar os teus passos

e vivam suas próprias histórias

Se a alegria não é maior que o infinito, de que vale o nosso sorriso aqui na terra?

de que vale essa nossa alegria passageira então?

o que fazer com todos esses sentimentos que mal cabem em retratos?

ainda somos as cinzas

de um amanhã que nunca chega

um sonhar que se nega ao despertar

para além do vale das sombras

repousa a felicidade eterna

em algum pequeno recanto

em um olho d'água qualquer

e adiante no mesmo rio onde correm as lágrimas se banha a alegria

doce alegria, sempre levada pelas correntes do pranto...

e quando ela canta, só o coração surdo é quem lhe acompanha em suas desventuras

mas apesar de tudo ela sempre volta

sempre...

contra todas as nossas expectativas

ela vence a correnteza

sempre ao lado dos vivos

a cada piracema.

Joeser Álvares
Enviado por Joeser Álvares em 08/01/2023
Reeditado em 08/01/2023
Código do texto: T7689733
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