Desertificação

As pernas se lhe fugiram e a dona delas de algum modo fora prostrada pelo corpo a retomar o próprio peso e fazendo a dor brotar de seus olhos.

Transpirou a agonia ejetada como um porco espinho por estar dilacerada no duelo da morte, a qual diante duma rodovia de mão dupla está indecisa.

Trata-se duma recusa à vida que adquire contorno a cada olhar sobre si; Em tais momentos a porta da alma se fecha como num diagnóstico de metástase.

Reza, mas como rezar até que o sangue verta, as lágrimas sequem e a vida finalmente flua? Poderia num deserto pregar para si mesma e livremente gritar. Mas onde encontrar tal lugar?

Até lá, desabitada em si mesma está.

Lirianna
Enviado por Lirianna em 14/01/2023
Reeditado em 25/01/2023
Código do texto: T7694974
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