Véu de icógnitas

Estou a ermo, numa via de mão dupla

Sob o conflito de nada sentir

Ou sob o martírio de sentir tanto

Impregnada de tantas vertentes

Numa vasta imensidão de conjecturas

Apontada no peito lâminas contundentes

Vivendo na corda bamba

Do silêncio que permanece,

no incauto de tantos excessos

Nada mais apraz meus anseios

Nada supre, nada aplaca

Nada sobrevive a esse caos

Só o cansaço de ser quem eu sou,

Que persiste nessa densidade de ir e vir,

Paira um necessidade que aturde

Fazendo-me pedaços do que ainda tenho

Fragmentos urgentes

Urgências já nem sei do quê!