Ao som da chuva
A vida é esse labirinto.
Que te aprisiona a certeza de partir.
Sem data, sem hora,
Nem despedidas.
Apresentá-nos uma imensidão de opções.
Nos torna guias que não conseguem exergar a si mesmo.
Viver exige enxergar para além do que está (im)posto.
O desafio é trilhar um bom caminho.
Às vezes sento no meio-fio.
Olho o horizonte e ele se esconde de mim.
Às vezes paro no tempo e ele acelera a passada.
Às vezes ouço a chuva e ela não cai.
Às vezes tento respirar e perco a paz.
E a paz que eu perco me torna incapaz.
De ser sensível,
De amar,
De cuidar.
De ser leve.
Ao som da chuva,
A vista da janela,
As flores amarelas,
Eu contemplo a vida
De um labirinto, o meu.
A vida é sentença que precisa ser cumprida.
Um labirinto a ser percorrido.
Uma saída a ser encontrada.
Coragem a ser vivenciada,
A vida é essa porta aberta ao desconhecido.
Ao som da chuva ouço o meu próprio grito:
-Vai!!!!
Às vezes eu vou.
Às vezes eu fico.