A Lista

O Poeta sentou-se

Pose de intelectual

Olhos perdidos no vazio

Mente viajando no silêncio

Tampa da caneta mordiscada

Monstro sagrado de seu povo

O tempo passava

Uma, duas, meia dúzia de palavras

A escrita fluía preguiçosa

A admiração crescia ao seu redor

As mocinhas suspirando

Os cavalheiros inspirados

Então, um sujeito curioso

se aproximou, interrompendo

o homem consagrado

— Escrevendo o quê, caro Poeta?

— Minha lista do supermercado.

Renato A
Enviado por Renato A em 01/02/2023
Código do texto: T7709115
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