A Borboleta

Vou pegar carona nas asas

de uma borboleta

e cruzar os hematomas

de verão

Não vou temer a morte

muito menos contar com a sorte

Quero pousar em terras quentes

onde os dias exalam desejo

e as noites conspiram adultério.

Borboleta amiga minha

Leve-me à casa da mulher das linhas

A mulher dos trapos e das rendas

Que faz da agulha um pincel

da veste íntima uma tendência

do simples sorriso um convite

Ficarei em frente ao seu portão

Embriagado

vou gritar meu desafeto

estapear sua moral

e reivindicar o que cobiço.

Borboleta amiga dela

Que do ombro fez sua morada

Leve-me até lá:

ao ombro

aos seios

à boca

às nádegas

à vulva

e à mente.

Renato A
Enviado por Renato A em 06/02/2023
Código do texto: T7712878
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