O Zero À Esquerda

O homem continuará tendo a si mesmo ? ter-nos-emos fora da nuvem, do software, dos algoritmos? Decolamos recentemente nisto. Veio com o novo.

O Grito, de Monet, diz.

Gostaria ser alimento de inteligência criada? para que supra, usurpe, devore o que tem feito de si? podendo fazer um si de si coisificado, quiçá, um clone de inteligência melhorada, aquilo que você nunca foi?

Ó! Onde! que me permite me ter por inteira! Inteira!

Em ti! Refúgio que me toma, Esconderijo do Altíssimo! Sombra do Onipotente! Como minha própria dor, lambisco aos poucos as alegrias somente minhas, devoro-me no Eu que me identifica alem da impressão digital, vez outra, usurpo, surrupio tudo que possa servir-me de nutriente para o bastar.

E o anonimato? As coisinhas do quarto do fundo, onde vez ou outra, cidadão ia no secreto para lembrar daquilo que substituiu, condenou, abrasou, venerou, odiou e pegou de volta para amar, satisfazer os vícios dos mais qualificados, que havia confessado cura, a qual no reuso, flamba tudo numa sensação tênue de culpa prazerosa. Estará sitiado?

Alimento do angariador de dados.

Puderas! ter disponível ainda o acesso ao holograma Universal , o Jardim Encantado, escrutínio secreto dos antigos da humanidade, onde viviam a arborizarem suas almas de significado, depois das vitórias, dos graus conquistados de sabedoria e conhecimento das coisas do alto. Aquele lugar somente deles, que de reduto, passava ser mansão nos anos e milênios de aprendizado no caminho Cósmico.

Adornavam seus Espíritos libertos das mais variadas riquezas incomensuráveis. Dádivas, regozijos reservados aos heróis da própria existência.

No jardim secreto, faziam era serem eles na centelha.

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Monet, e "O Grito".

Ao certo, o prenúncio do que pode ocorrer com o homem do futuro.

Serão? Seremos?...Não mais?

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 06/02/2023
Código do texto: T7713174
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