Descompasso

Poderia prender-me as fantasias

Deixar-me levar pela imaginação

Saltitar em estrofes de poesias

Inventar uma nova paixão.

Decerto definharia, secaria

Dessa minha alma intensa

Nao existir somente na escrita

Ela grita e não se contenta

Cada palavra, cada verso, vejo-me

São fragmentos do meu interior reverso

Divagações que afugentam o medo Viajante sem o peso das horas, a ermo

Lanço-me ao vento das desilusões

Bebo minhas lágrimas, mastigo o ego

Mastigo minhas próprias palavras

Para sentir novamente o sabor

Sabor, angustia, deito-me no íngreme chão das minhas loucuras

Dos sentimentos jogados fora, do amor de outrora, amor imaginado, irreal

Amor que de tão intenso,

Eram apenas versos em descompasso

Sentimentos frustrados, pensamentos desenfreados...que morou apenas em mim, meu amor vive... agoniza nos dias que voam distantes, de tristeza em solo árido morrem.