Espelho embassado

Do amor sobrou apenas

A porta entreaberta

Num quarto barato

Que sequer foi pago...

A garrafa de vinho vazia

Entornada sobre a cama

Faziam parte da cena...

Os lençóis desalinhados e vermelhos,

O cheiro de amor misturado

Ao sabonete barato,

As taças quebradas no chão,

Em tantos pedaços possíveis,

Retratavam nossos corações;

O espelho velho e enferrujado,

Ficou ainda mais embassado

Pela água que insistia em cair,

Do chuveiro prestes a explodir;

Levava pelo ralo tudo o que foi

Tudo o que podia ser;

Não o amor...

Mas a dor,

A doença que nele existia

Helô Silva

Helomidade
Enviado por Helomidade em 10/04/2023
Reeditado em 10/04/2023
Código do texto: T7760573
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