PARA ESSE NATAL
Tão presente!
Ouso chorar casca de noz
A sentir o limo a interar.
Por vezes, acho-me oculto
Nas falanges que se opõem à vida
Meio sem erro à medida.
Nódulos de areia invadem-me, intrínsecos
Sempre paradoxais e ambíguos
Bate-me o vento e não move.
Há tempos que corro descalço
Com nau a arfar, com sal sem jantar
Mas, rolhas de cal almejam tapar.
Minha sorte é estar descampado
Onde a saudade se esvai com a aragem
E onde o vendaval leva-me a areia.
Vamos à ceia!