Tempo de esquecer

E me pego, observando estrelas.

Não, não sei como aconteceu... Lembro que o silêncio doía bastante, tanto que não podia mais suportar.

Procurei por algum resquício de seus alegres risos, que ainda ressoassem pelas paredes frias de nosso quarto...

Mas não mais estavam lá.

Procurei então por algum brilho de seu olhar, que ainda refletisse em algum espelho...

Mas só encontrei mesmo, a face do abandono.

Procurei em vão por um pouco do seu perfume, que insistisse em dormir nos lençóis...

Só encontrei o vazio, o travesseiro intacto, a constatação de que havia perdido você...

Procurei por qualquer vestígio, que me fizesse ter esperanças para viver.

Mas o ponteiro do relógio não deixava dúvidas, de que só me restava... o tempo para esquecer.