Morte

Não deixar que pequenas coisas, me façam pequena
muito menos sofrida.
As insignificâncias do dia a dia, pequenas besteiras
não sei bem exteriorar, e eu preciso fazer isso.
Arrancar lá de dentro, trazer para fora.
Como se pudesse colocar nas mãos, apertar amassar
espremer e jogar fora como um nada.
Mas esse nada se transforma em gigantes que se agarram em mim
me fazem sofrer.
Morar, comprar, gastar.
O que vou levar?
O que tem valor?
Não vejo, não sinto, não retenho.
Por que não me deixam ser eu mesma?
Quieta no meu canto, esperando não sei bem o que
mas não importa.
Como os despreso, e ao mesmo tempo me apiedo.
Abrir-lhes os olhos impossível, e eu sou perturbada
sacudida e as vezes finjo que concordo, que sou igual a eles
só para agradar, e sobretudo ver se me deixam em paz.
Vou ser consumida, comida, devorada, o que sobrará?
Os cabelos, que até ainda crescerão um pouco e os ossos.
Você virá ao meu encontro, flutuaremos entre fumaças ,entre
nuvens, vestidos sôbre os ossos, seremos lindos, música
vindo em surdina trazida pela suave brisa, de todos os cantos
cortando as nuvens, mudadando suas formas, nos envolvendo
unindo trasformando em um só espectro, se fundindo e desaparecendo.
Flicidade eterna, no ar, no firmamento e no que direi?
Invisível, mas forte, eterno e indissolúvel.
E o aqui, meu Deus, nada...
martamaria
Enviado por martamaria em 16/12/2007
Reeditado em 22/12/2007
Código do texto: T780658
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