Solidão

Ela se perguntava se a solidão a perseguia. Por mais que fosse rodeada o tempo todo de pessoas que a lhe queriam o bem, aquele curto espaço de tempo em que ela se via sozinha, era o suficiente para deixá-la inquieta e entediada ao ponto de que sua única ocupação era pensar se deixaria lágrimas escorrerem por seu rosto fino.

Sentando-se em sua cama, repleta e aconchegada na escuridão de seu quarto, ela se questionava se o exílio era o seu maior medo ou se o abandono era o que seu coração negava receber. Mas quem nessa terra iria querer o abandono? Eram esses pensamentos que a faziam levantar e a desafiavam a aguentar mais um dia, uma hora, sozinha.

Sabendo que o vento da noite, aquela briza fria que cerca seu corpo enquanto andamos até nosso destino, trazia um grande vazio... Como se passasse direto por seu ser, e continuasse seu caminho rumo ao oceano. O vasto e longo oceano. Parava para pensar se os diversos peixes, em seus cardumes, não sentiam solidão também... Talvez a ideia tosca de que peixes sentem tanta solidão quanto ela, a trouxesse de volta o conforto de não ser a única.

Apesar de tudo, seu coração temia em revelar para o mundo o que sua cabeça estava tentando-o convencer. O pensamento de que tudo aquilo que ela sofria, naquele tão pequeno momento, não passava de dramas e pegadinhas que seu cérebro a pregava, em uma tentava fútil de se intreter.