Nada além de um conto

Aqui narrarei como cheguei nesse decisivo ponto, onde uma verdade encontro: sou todos os personagens de um conto.

Sou o bravo guerreiro de grande força e coragem, escudo e espada em mãos serão os instrumentos para protegê-la de todo mal que lhe ameasse.

Sou o leal príncipe que acolhe tuas mão nas minhas, sentirás meu suave toque enquanto, montados num belo corcel, a conduzo ao meu majestoso reino.

Sou o imaculado anjo que ternamente te olha, envolvendo-lhe em minhas brancas asas te aquecendo e cuidando de teu sono fazendo promessas de levá-la até minha branda morada nos céus.

Mas, perdoe-me, onde há heróis, há algozes.

E nesse conto, algoz também sou; sou aquele que revela a verdade desde o princípio apontada, sou aquele que destruirá toda a ilusão.

Sou eu quem arrancará um par de asas, sou eu a causa da queda de um reino, sou eu quem desarmará mãos.

Máscaras cairão, verás; todos não passam de personagens, meros personagens. Idealizados por mim, o algoz, o narrador desse meu conto, dessa minha vida inventada.